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O Relacionamento Amoroso Cristão ainda existe?

   Quando duas pessoas que se dizem cristãs se encontram, o que é mais comum acontecer? Como as pessoas que se mostram compromissadas com as doutrinas de sua fé professada, devem se comportar hoje?


foto cortesia de: Sandra Rocha
Por Saulo Valley - O Observador do Mundo - Rio de Janeiro, 04 de Agosto de 2013 - 06:42 GMT-3

   No mundo de hoje cresce cada vez mais o número de pessoas que aderem a algum grupo religioso, denominação, ou seita. Na maioria destes grupos, que são com certeza os que mais crescem no planeta, grande parte das pessoas se associam por questões de status. Pelo menos esta tem sido a realidade mundial deste presente momento.

   Quando um homem e uma mulher, um rapaz e uma moça se encontram, a primeira intenção é a de causar um boa impressão. Sempre foi assim. Uma realidade que não é exclusividade dos Cristãos nem muito menos dos seres humanos. Todos querem impressionar! Mas quando duas pessoas que esperam encontrar na outra um(a) parceiro(a) para viver lado a lado todos os momentos da vida, ou pelo menos os mais especiais no primeiro momento, sempre há aquele enooorme esforço para causar uma excelente impressão.  Eu aposto que o esforço seja similar a esforço que se experimenta numa entrevista de emprego.

   Mas há uma coisa que gostaria de destacar por meio destas linhas. Isto é um alerta pra poder ajudar aqueles que buscam o par ideal:

   Homens e mulheres quando se encontram cometem um grave erro de tentar se exibir como uma pessoa extremamente comprometida com Deus e as coisas pertinentes a ele. Se esforçam para demonstrar que são dedicados ao evangelho e que galgaram um elevado grau de santificação. Muitos ainda se esforçam para "vender" uma imagem de profetas diretos de Deus, destacando uma forte separação entre ela e os demais cristãos. Principalmente no primeiro encontro chegam a exagerar no esforço de demonstrar que são muito puros, muito honestos e muito exigentes no zelo das coisas ligadas à casa de Deus.

   É sempre embaraçoso quando uma relação de amizade ou até mesmo amorosa está para começar e uma das pessoas decide pintar a sua própria imagem de extrema santidade. Especialmente pessoas que apontam negativamente os erros e pecados dos outros, contam experiências sobrenaturais vividas anteriormente com grande empolgação.

   Por trás de toda "veste de santidade" há uma realidade:

   Ao findar aquele encontro e cada um vai para um lado, as duas pessoas voltam a viver a mesma rotina que sempre viveram e toda aquela nuvem de glória que os cercava acaba virando poeira. Porque o que vivem todos os dias longe dos olhos de todos, não é bem como contam.

   Aí faço as seguintes perguntas: Se você não tem uma vida de verdadeira santidade, não tem nem tempo pra orar ou não se sente perdoado mediante a tantos pecados que comete todos os dias, porque se esforça para se mostrar tão santo diante de pessoas que acaba de conhecer?

   Como vai poder sustentar esta aparência depois que começarem a conviver?

   Não está neste planeta o homem e a mulher que vive uma vida de completa santidade, cujo dia-a-dia seja repleto de milagres e maravilhas.  Cuja separação do mundo e das coisas do cotidiano seja uma realidade.
Há pessoas que saem de um culto após pregar tanto sobre santidade,  depois de condenar tanto o pecado dos outros e quando chegam em casa, a primeira coisa que fazem é ligar a televisão e aplaudir todos erros, calotes, pecados e sujeira embutidos na trama de uma novela televisiva.

   As pessoas podem até não querer assumir, mas a santificação que a maioria de nós vivemos hoje é mais verbal que prática. É muito fácil subir num púlpito com vestes que dão ares de santidade e criticar os que pecam ou vivem uma vida bastante secular, mas na verdade todas as pessoas que sobem ao altar e as que estão embaixo do altar são pessoas altamente voltadas para o presente século. O que se prega é uma resposta ao que se busca. O pregador é o termômetro da igreja. Ele prega aquilo que o povo quer ouvir. De prosperidade a milagres colossais. De extrema santificação a poderosas restaurações materiais.... A vida verdadeiramente compromissada com Deus não é uma realidade da mais de 90% da igreja.

   Você já tentou traçar um paralelo entre o que você fala e o que você vive? Sabe que são linhas que não andam juntas, não é verdade? Não quero que pensem que eu me destaco como o mais santo dos santos. Este artigo é uma realidade e vem mostra que em nosso meio há um irritante "Cinismo Cristão". Uma santidade de fachada que visa apenas trazer alguns benefícios e se nós analisarmos bem a fundo, concordaremos unanimemente que os frutos são sempre materiais. Quando não se conquista a pessoa pretendida, uma posição de confiança ou acesso a um determinado bem ou posição.

   Porque nos esforçamos tanto para mostrar ser o que não somos? Porque queremos ser vistos como pessoas muito puras, quando o que queremos através daquela conquista é simplesmente carnal ou material?  Vale mais ser honesto. É melhor ser transparente ao ponto de deixar suas ações, seu comportamento mostrar para as pessoas que você é diferente. Não tente começar um relacionamento como um semi-deus, pois não vai conseguir sustentar no dia-a-dia. E a verdade é que com o passar do tempo, a pessoa que se deixou convencer de sua santidade vai acumular tantas decepções ao seu respeito que poderá até não falar, mas dentro do seu coração haverá como se fosse uma caixa preta, onde guardará para toda a eternidade todas as coisas mentirosas e vazias que você proferiu com a sua boca nos primeiros momentos, dias ou meses do relacionamento.

   Que um bom conselho? Relaxe! Deixe essa coisa de divina santidade para buscar junto com a pessoa amada, e na hora de se mostrar, mostre-se como a pessoa que você é. Mostre sua verdadeira cara. Conquiste pela educação, simpatia e outras boas qualidades que você certamente possui. Assim, começando a relação de igual pra igual, os dois terão uma grande chance de crescer juntos. A verdadeira santidade começa de dentro para fora, nunca o contrário. Desista desta moda de tentar se apresentar como a última palavra em santificação, porque no fim do encontro, as pessoas quando aceitam namorar, se beijam, se abraçam e dali surge um grande amor, que nem depende da santidade pra existir. É claro, se a gente pode tornar a nossa relação cada vez mais pura, que ótimo os anjos cantam lá no céu, mas usar a santidade ou pelo menos a linguagem de santidade para atrair a pessoa amada, ou pretendida é uma grande tolice. Deus não precisa deste tipo de marketing pra ajudar a manter a igreja em crescimento.

   Deus precisa de cada um de nós por inteiro. Com integridade. Qualidade é melhor que propaganda. Não aceite isso em sua vida. Vamos mudar este conceito ultrapassado de nos fazer parecer. Vamos nos tornar!     Afinal ninguém é literalmente santo, a quem estamos enganando? O que tem acontecido na igreja nos dias de hoje é que se fala muito em santidade, porque este termo é comercial. Dá status de santidade para que usa esta palavra, mas não a torna mais santo que ninguém, esta é a verdade crua. Reflita!

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